quinta-feira, 7 de julho de 2011

MENOPAUSA E REPOSIÇÃO 2

Dizia no post anterior que a redução da produção de estrógenos que acontece na menopausa pode trazer sintomas para a mulher. Mas, não para todas as mulheres, conquanto, sim para muitas. Os estrógenos participam, entre outras coisas, do bom funcionamento da circulação, da calcificação óssea, da resistência da pele e das mucosas. Ocorre que muitas mulheres não padecem problemas na circulação, na pele ou nas mucosas, tampouco tornam-se osteoporósicas. Como vimos na postagem pregressa, o fato de sentir-se realizada pode contribuir para que a mulher não tenha sintomas desagradáveis na menopausa. Isto não significa que deva negligenciar outros aspectos. Uma mulher pode se sentir muito realizada, mas se não comeu cálcio suficiente terá osteoporose (v. post intitulado Hermengarda e a Osteoporose).
Uma tristeza que tenho é ver que hoje há uma espécie de consenso segundo o qual toda mulher, por ter entrado na menopausa, terá que obrigatoriamente fazer uso de reposição hormonal. Acho isso interessante quando me lembro que as mulheres lutaram tanto pela igualdade e vêm os cientistas e dizem: “As mulheres foram fabricadas com um defeito que se manifesta em torno dos 45 anos”. E, para sanar este defeito de fabricação, estão obrigadas ao uso da reposição. Mas em breve elas terão companheiros, pois o afã de lucro logo vai igualar homens e mulheres; em breve vão arranjar também defeito para os homens porque o desejo de lucro é maior do que o preconceito.
Esclareço desde logo que não sou contra o uso de medicações. Mas sou visceralmente contra o uso irresponsável e disseminado de medicações. São usadas como se fossem inócuas. Passam a mensagem de que reposição hormonal não traz nenhum tipo de perigo. Isto não é verdade. Um estudo norte-americano chamado “Iniciativa para a Saúde da Mulher”, feito com 16 mil mulheres norte-americanas mostrou que a reposição hormonal feita com estrógeno e progesterona aumenta os riscos de derrame cerebral (41%), coagulação sanguínea, ataque cardíaco (21%) e câncer de mama (26%). Este estudo foi interrompido em 2002 devido aos riscos. Em fevereiro 2004, o Instituto Nacional de Saúde dos EEUU interrompeu um estudo com 11000 mulheres iniciado em 1997 que pretendia avaliar o impacto da reposição hormonal porque os limites da terapia ultrapassavam os limites de segurança. Usou-se uma associação de estrógenos no estudo que aumentou o risco de derrame (40%) e não reduz a probabilidade e infarto nem protege contra câncer de mama. A reposição hormonal reduz os sintomas desagradáveis como os fogachos (aqueles calores), reduz a secura na vagina e a osteoporose, mas não é inócua. O que fazer então?
Em primeiro lugar devemos prevenir. A mulher (e o homem também) deve observar que certas culturas não têm (ou têm menos) problemas com a menopausa do que a nossa (ocidental cristã). E isso por causa dos hábitos de vida. Já vimos antes (v. Hermengarda e a Osteoporose) que aqueles que absorvem cálcio na juventude têm muito menos possibilidade de ter osteoporose. Por isso faz-se necessário uma alimentação rica neste elemento, bem como em magnésio que melhora o aproveitamento de cálcio pelo nosso corpo. Outrossim, o consumo de derivados da soja, como o leite de soja (preferencialmente fabricado sem a casca – que contém ácido fítico, inibidor da absorção de cálcio) e o tofú (queijo de soja), faz com que haja bem menos osteoporose em povos orientais, graças à presença das isoflavonas que, por sinal, devem ser preferencialmente consumidas na alimentação e não concentrada em medicações. Outra coisa para prevenir é ter atividade física, afastar-se do sedentarismo. O exercício físico compensa a redução dos hormônios, aumentando a calcificação dos ossos, melhorando a circulação etc. Na menopausa o fígado e a suprarrenal produzem estrona que é o estrogênio que substitui o estradiol, daí que cuidar do fígado e da suprarrenal é indicado a quem tem síndrome do climatério (o nome bonito que se dá aos desconfortos que podem acontecer na menopausa).
Atividade física regular, alimentação rica em cálcio e hipotóxica (ou seja, frutas, verduras, cereais integrais, preferir iogurte ou coalhada ao leite, evitar carnes, não comer produtos artificiais etc.) para melhorar as condições digestivas e hepáticas, cuidar para ter um ritmo normal de defecação, são formas de se proteger. Porém, devemos pensar naquelas mulheres que já estão na menopausa e apresentam sintomas desagradáveis. Na próxima postagem darei algumas dicas e assim fecharemos esse assunto.
Grato a todas e a todos por acompanharem o blog. Aureo Augusto.

6 comentários:

  1. Devo discordar, caro amigo.

    Em se tratando dos homens, o negócio é outro.

    Há uma aura sigilosa, confidencial, cheia de mão em cima, mão em baixo, de total proteção à privacidade masculina, quando se trata dos problemas relacionados à esfera sexual masculina.

    É só ver ou ouvir a propaganda do Boston Institute que reveste problemas como disfunção erétil, ejaculação precoce, andropausa, etc, cercado de sigilo, dentro da esfera somente do homem ou no máximo, da companheira e da equipe médica.

    Já nós mulheres, somos bombardeadas de todos os lados. Temos que seguir um padrão de beleza ditado pela mídia e atualmente o padrão é: magra esquálida, peitos recheados de silicones, cabelos espichados, rosto seco e ossudo, enfim.

    Não se leva em conta mais nada. O biotipo de cada um, foi equalizado aos padrões ditados por eles e muitas seguem loucamente, pondo em risco a sua saúde, a sua integridade.

    E a TRH está no pacote tambem.

    E aí de quem ouse contestar. Virou religião,
    quase.

    Mas o que fazer para minimizar os achaques da menopausa? À luz da naturopatia?

    Na verdade fica muito dificil buscarmos uma melhor qualidade de vida, quando estamos fogachadas...rsrsr, ansiosas, angustiadas, letárgicas, sem libido....

    MAS E COMO FICAMOS NÓS, MULHERES QUE SE RECUSAM A FAZER A TRH???? Help, nos, please....rsrs

    Um abraço

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  2. Querida Jussiara,

    Procure ler o livro Sorria, você está na menopausa, nele a dotora Maria Helena Bastos da diversas dicas de como fazer reposição por meio da alimentação. E fala também deste período como um momento em que a mulher está pronta para desenvolver a sabedoria, dá uma pausa para refletir sobre a vida. É muito interessante.
    Procure na internet.
    Abraços.

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  3. Sim, as terapias chinesas como acumpuntura, massagem, etc. podem aliviar bastante os sintomas desconfortáveis desse período. Vamos relaxar, que faz super bem.

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  4. Querido Áureo,

    É impressionante como a maioria dos ginecologistas acha que a mulher deve tomar cálcio ao completar 45 anos. É a cultura da doeça/medicação em prol de uma suposta saúde. Penso como você: a reposição de cálcio deve ser feita por meio de uma alimentação saudável e exercício regular. No mais, para ser feliz, amar a todos, com aquele amor de que fala Krisnamurti, que surge do autoconhecimento.
    Abraço grande e inté.

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  5. Afortunadamente hoy podemos elegir. Está comprobado que la reposición hormonal en la mujer puede causar mas problemas que los que causa la menopausia.

    Pero también es cierto que en algunas mujeres la reposición hormonal puede traer muchos beneficios, sobre todo si la mujer no quiere cambiar sus hábitos.

    Por eso es bueno que cada mujer se informe bien, y los médicos evaluar cada caso individualmente.

    En lo que estoy completamente de acuerdo es que en muchos Servicios de Salud se impone la terapia hormonal sin siquiera consultar con el paciente, sobre todo si la paciente es de un estrato social bajo, e ignora que existen alternativas.

    Cariños.

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  6. Francisco Alcoholado está coberto de razão qdo nota a necessidade de a mulher se informar. Por sorte hoje existem mtas fontes de informação. Jussiara não precisa se preocupar, bastar seguir o conselho de Fátima Santiago, lendo o livro da Dra. Helena Bastos que tenho e gosto mto. A próxima postagem vai tratar um pouco disso, o seja, o que fazer.
    abraços carinhosos para vcs

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