segunda-feira, 12 de maio de 2014

COUVE, COMA SEM PENA!

Couve, legume de mil virtudes.
Hipócrates (séc. V a.C.)

Seu nome científico é Brassica oleracea acephala, e é uma das plantas mais importantes para nós, seres humanos; há muito queria escrever sobre a couve, mas era difícil resumir o tanto de bom que há nela – aqui vai uma tentativa.
Faz parte de uma família de plantas, chamadas crucíferas, que inclui o maravilhoso repolho (Brassica oleracea capitata) e o sensacional brócolis (Brassica oleracea italica). Apenas de passagem acrescento que neste gênero, Brassica (família das crucíferas), também temos o rabanete, o agrião, a mostarda e a canola (variedade da colza). Esta última foi difamada na internet quando se divulgou que o óleo de canola era um refugo industrial do petróleo. Fiquei assustado quando li, mas logo depois uma amiga mandou-me por acaso uma foto dela passeando em uma plantação de canola na França. Este episódio me fez ainda mais desconfiado das informações na internet (será tema de outo post).

A couve é tão legal que os gregos antigos achavam que a urina de mulheres grávidas que comessem muita couve era medicinal. Foram os primeiros que intuíram a sua riqueza em vitamina A (antes de as vitaminas serem descobertas). Mas além da vitamina A, ela tem propriedades medicinais que justificam sua presença na mesa, pelo menos 2 vezes por semana: é expectorante em problemas respiratórios; protege a mucosa do estômago – importante contra gastrites e úlceras; para problemas do fígado; muito boa para tudo o que afeta a pele – eczemas, coceiras; ajuda a regularizar o funcionamento do intestino, ou seja, contra prisão de ventre (obstipação). Como se não bastasse tem sido usada com sucesso contra dores de cabeça, dores musculares e neurogênicas (dos nervos). Fontes de ferro, vitamina C, ácido fólico e a já mencionada vitamina A.

Você acha muito? Imagine quando souber que as antocianinas, os sulforafanos e os glicosinolatos presentes na couve e suas descendentes (repolho, couve-de-bruxelas, brócolis) são poderosas substâncias anticancerígenas. Estudos mostram que o consumo regular de couve e das demais crucíferas reduz em 40% o risco de câncer de mama, além de diminuir o risco de câncer de bexiga (50%), de pulmão, do sistema digestório (estômago, intestino etc.), próstata (comer crucíferas 3 vezes por semana é até mais protetor do que consumir tomate).

Um importante pesquisador em alimentação e câncer, Dr. Bélivau afirma: “de todos os vegetais comestíveis para os humanos, os legumes crucíferos são provavelmente aqueles que contêm a maior variedade de moléculas fitoquímicas com propriedades anticâncer”.

Como se não bastasse, a couve tem uma relação magnésio/cálcio que faz com que o cálcio desta folha seja mais bem absorvido e utilizado pelo organismo que o cálcio do leite e derivados. O que contribui significativamente para a calcificação óssea, melhor funcionamento dos músculos, redução de peso, regulação da pressão arterial, entre outras vantagens. Aliás, seu teor em magnésio faz com que tradicionalmente seja vista como boa para o mau-humor e o desânimo.
Vamos “cair matando” na couve?


Recebam um abraço couvístico de Aureo Augusto.

4 comentários:

  1. Dr. Áureo, é sempre gratificante ler os seus textos e esse da couve está muito bom. Gosto muito do Reino Vegetal e a couve é bem consumida aqui em casa. Obrigada por textos tão educativos.

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    1. Grato, Lídia, pelo seu comentário.
      Ainda bem que vcs em sua casa comem bastante couve. Convidem-me (rsrsrs)
      abração

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    2. Dr.Aureo, Quando quiser pode vir.Moro numa fazenda pertinho de Irecê. Será um prazer recebê-lo aqui. Sinta-se à vontade. Abraços Lídia

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    3. Grato querida, quem sabe apareça por aí, aviso antes.
      Abraço

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