quarta-feira, 5 de junho de 2013

FÉRIAS 1: FILME, MORTOS VIVOS e outras coisas

Estou de férias! Estava cansado, necessitava. Agora estou ainda mais cansado, porém bem feliz com as últimas aventuras.
Primeiro fui a São Paulo, para a pré-estreia do documentário PRA LÁ DO MUNDO, dirigido por Roberto Studart, cujo tema é o Vale do Capão. Será lançado no circuito comercial em Salvador em 14/6/13 e em São Paulo em 21/6/13. Fui um dos entrevistados e com Zé Duarte (do Instituto Riachinho) e mais Roberto partilhamos uma mesa de conversa com as pessoas de Sampa. Foi assim que reencontrei pessoas queridas tanto de lá quanto de cá. Reencontrar amigos que não vemos há muito dá uma sensação ao mesmo tempo muito íntima e expansiva. Mesmo quando nos encontramos no mundo virtual, este encontro não se compara à beleza no coração que é abraçar a quem amamos!

 O filme é muito legal, fiquem ligados para assistir, e não deixem de notar a fotografia impecável.

Graças a esta viagem pude rever a bela São Paulo, cidade bem especial para mim. Bonita e cheia de museus, teatros, cinemas, vida cultural exuberante. Uau! Também um lugar para viver aventuras pitorescas. Foi assim que saí um dia a caminhar e me perdi. Fiquei contente, pois a sensação de estar perdido é legal – no dia seguinte me telefonou Taunay Daniel, queridíssimo filósofo, que reside em Campinas e me regalou com uma frase de Fernando Pessoa: “Ninguém nunca se perde, Tudo é caminho e verdade” – e continuei meu périplo. De repente me vi em meio a um lugar onde as pessoas pareciam ter saído daqueles filmes (que nunca assisto, mas vejo as propagandas) de mortos vivos andando a esmo. Um deles se aproximou, me pediu comida e lhe respondi que não tinha, então me pediu dinheiro e lhe falei que tampouco lhe daria dinheiro. Falei numa boa e numa boa ele se retirou. Foi depois deste diálogo que reparei que havia outros e que estavam em péssimo estado. Jogados na calçada, alguns sem sequer um papelão para servir de cama. Notei gente que parecia haver saído de classe social mais abastada. Os olhares perdidos e o desinteresse pela vida eram notáveis. Porém não me senti ameaçado. Retirei-me sem ser perturbado exceto pela sensação presente no espaço da energia de que algo muito estranho ali se passava. Depois me disseram que entrei em uma cracolândia!

Pouco depois, já reencontrado no caminho, fui interpelado por uma simpática jovem que trajava duas tábuas enfeitadas, nas quais colara 4 cadernos. Apresentou-se como recolhedora de histórias. Amei isso. Ela pedia que as pessoas escrevessem histórias em seus cadernos, o que fiz e só então notei que estávamos sendo filmados por um rapaz; devia ser algum projeto artístico. Gostei da ideia. Tomara não se importe que eu a imite algum dia.

Como sempre estar em São Paulo me marca fundo e me traz reflexões.

Depois retornei para Salvador, de onde, 2 dias depois embarquei para o 1º Encontro Nordestino de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, mas isso eu conto daqui a uns dias neste mesmo blog. Esperem um pouco e saberão das maravilhas pelas quais passei por lá.


Recebam um abraço viajante de Aureo Augusto.

Um comentário:

  1. Também me vi, muitos anos atrás, em uma cracolândia em São Paulo, embora não estivesse perdida: voltava para o hotel na Consolação, lá pela uma hora da madrugada, voltando da exibição de "Evita" no Cine Belas Artes, sessão das 23h. E também passei por lá numa boa, sem que ninguém me perturbasse, sob o olhar apreensivo de um cidadão que me "acompanhava" da sua banca de revistas.

    Áureo, um abraço grande!
    Berna Farias

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